Filme repetido: São Paulo se transforma no “Lyon” brasileiro e confirma que a fórmula de pontos corridos exclui clubes desestruturados, ou seja, todos os outros
Bruno Martins – brunohmartins@gmail.com
Em um post anterior, eu havia afirmado que o São Paulo seria o campeão, uma vez que acabara de assumir a liderança. Como tinha falado, o Tricolor Paulista de Muricy Ramalho jamais deixaria escapar esta primeira colocação, por diversos fatores: treinador eficientes, jogadores experientes, defesa segura, atletas decisivos e tudo mais. E não é que deu a lógica!
A partida de ontem sacramentou o tricampeonato (consecutivo) e o hexa (geral) do São Paulo. 2 a 1 no patético Vasco, time de jogadores limitados, aposentados, fora alguns que ficariam na “de fora” de qualquer pelada. Alguns ainda acreditavam no time carioca, achando que tradição ganharia jogo. Balela, principalmente da imprensa carioca, que ainda queria ver o Flamengo campeão.
Pois bem, o Rubro-negro foi ao Mineirão enfrentar o Cruzeiro, para muitos venceria com toda a tranquilidade e ainda dividiria a torcida com os celestes. Burrice de grande parte da imprensa carioca, que mal conhece o futebol regional e nunca parou para acompanhar uma partida da Raposa dentro de casa. Não sabem que a equipe azul tem um retrospecto quase que perfeito como mandante, muito menos observaram a tabela, em que o time mineiro tem o mesmo número de vitórias do líder.
A equipe de Adílson Batista só não é líder, porque é incompetente fora de casa, porque deixou de garantir simples empates, que seriam preciosos. A imprensa bairrista ainda esqueceu que o Cruzeiro havia goleado, o até então líder, Grêmio e vinha de cinco vitórias consecutivas no Gigante da Pampulha sem tomar nenhum gol.
Surpresa para os profissionais de comunicação da cidade maravilhosa, o time da Toca da Raposa bombardeou o Urubu no primeiro tempo, foram doze chutes da Raposa e nenhum da equipe adversária. O goleiro Fábio nem encostou na bola. Sorte do Flamengo é que o Cruzeiro tem péssimos atacantes, Jajá é ansioso, nervoso e perdeu um gol feito, e Tiago Ribeiro finaliza muito mal. Para compensar, Fernandinho – o melhor da etapa inicial – abriu o placar, depois de um bom passe de Ramires. 1 a 0 foi pouco, o Fla saiu em vantagem.
O segundo tempo começou e o Cruzeiro manteve o ritmo, Ramires errou um gol feito. Tiago e Jajá exageravam nos passes errados, resultado: gol do Flamengo. Ibson marcou, após cruzamento de Marcelinho Paraíba. Pouco depois, Jajá chutou bonito e Bruno defendeu. Em seguida, Fernandinho deu um passe “a la Alex”, Tiago ficou de cara com o goleiro Bruno. Dessa vez não tinha jeito de desperdiçar. 2 a 1 para Raposa. Não demorou muito e o Flamengo empatou. Juan fez boa jogada, cruzou para Obina que não perdoou. 2 a 2.
Como foi o melhor durante toda a partida, o Cruzeiro acabou sendo premiado, graças à garra de Ramires, que marcou o gol da vitória aos 41 minutos do segundo tempo. Vitória incontestável dos mineiros, da melhor equipe desta partida, não tem nada que responsabilizar o árbitro da partida. Não houve pênalti no final, como todos os bairristas estão comentando. Simon apitou de forma totalmente isenta, diferentes de outras partidas. Os dois lances que estão sendo discutidos, ele concluiu de maneira correta. Nenhum deles foi pênalti, nem o do Flamengo, muito menos o a favor do Cruzeiro. Nos dois, os atacantes encenaram e tentaram ludibriar a arbitragem.
Ótimo resultado para a Raposa, caso contrário, a Libertadores ficaria distante. Agora é vencer fora de casa, será? O Inter (adversário) vai jogar com um time reserva. É ganhar e carimbar o passaporte para o torneio continental de 2008.
Mas voltando a falar do campeão, a rodada foi ótima para o São Paulo, que abriu uma vantagem de cinco pontos para o Grêmio, segundo colocado. O Tricolor gaúcho tropeçou e foi goleado pelo Vitória, por 4 a 2. Não matematicamente, mas os são-paulinos já garantiram o título de 2008. É praticamente impossível uma virada do Grêmio, que ainda tem no comando Celso Roth.
Já o Palmeiras voltou ao G4, mesmo jogando mal contra o Ipatinga, que teima em não cair. 2 a 0 para o Porco, que jogou com um jogador a mais, durante todo o segundo tempo. Para o Ipatinga, resta apenas rezar. O time do Vale do Aço tem que vencer as próximas duas partidas e torcer por dois tropeços do Naútico e pelo menos um de Portuguesa, Figuerense e Vasco. Impossível? Quase…
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